Professor, há uma infinidade de possibilidades de uso
pedagógico dos celulares em sala de aula e fora dela. Quais
lhe interessam?
Isso certamente depende da forma como você, professor, usa a
tecnologia para si mesmo, em suas aulas e com os seus alunos. Quem não vê
nenhum uso pedagógico para o rádio, a televisão, a máquina fotográfica, a
filmadora, o gravador, a calculadora, a agenda, etc., então também não verá
nenhuma utilidade para o celular, pois é isso que ele representa hoje em dia:
não é mais um simples telefone, o celular é uma central de multimídia
computadorizada.
Eles têm,
eles trazem e eles usam… Porque não?
Professor, antes de sair por aí, reformulando todas as suas
práticas e instituindo o uso do celular na sua aula,
tenha em mente que ainda temos muitos alunos que não têm celular ou celulares que não dispõem de todos os recursos. Além disso, em alguns estados e municípios (e há uma lei tramitando com
validade para o país todo) o celular é proibido na escola.
Portanto, fique atento, será preciso sempre:
- propor
atividades que envolvam o uso de celulares para grupos de alunos em que
pelo menos um aluno do grupo disponha do celular com o recurso que será
utilizado;
- permitir
que os alunos aprendam a usar o recurso antes de propô-lo como parte de
uma atividade. Geralmente os alunos dominam os celulares melhor do que
seus professores e aprendem rápido a usá-lo, por isso é uma boa idéia
“deixar que eles mesmos ensinem e aprendam a usar o recurso entre eles
mesmos” (e aproveite para aprender também!);
- estabelecer claramente no planejamento da sua atividade, e descrever em detalhes no seu planejamento de aula, os objetivos do uso do celular nas atividades propostas. Haverá sempre alguém para se indignar com o fato do celular estar sendo usado na sua aula, infelizmente;
- discutir
as questões éticas e morais envolvidas no uso de imagens e registros, bem
como o uso indevido dos celulares e de outros equipamentos de mídia;
- e,
por último, estabelecer claramente as regras de uso dos celulares na
escola de maneira geral e, em particular, durante as aulas em que não
estarão usando o celular “como parte da aula”, da mesma forma como
estabelecemos as regras para o uso do baralho, dos jogos de tabuleiro, dos aviõezinhos de papel e de todo o resto!
Os conflitos mais comuns que surgem nas salas de
aula devem-se justamente à falta de uma definição clara dessas regras e, da
crença em pressupostos perigosos, como, o de que o aluno “deve saber
naturalmente o que é certo e o que é errado”.